sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Nervos Cranianos


Fazem conexão com o encéfalo. Os nervos cranianos recebem nomenclatura específica numeradas em algarismos romanos, de acordo com sua origem no sentido rostrocaudal.

De acordo com o componente funcional, podem ser classificados em motores, sensitivos e mistos.

Os motores (puros) são os que movimentam o olho, a língua e acessoriamente os músculos látero-posteriores do pescoço. São eles:
       III - Nervo Oculomotor
       IV - Nervo Troclear
       VI - Nervo Abducente
       XI - Nervo Acessório
       XII - Nervo Hipoglosso

Os sensitivos (puros) destinam-se aos órgãos dos sentidos e por isso são chamados sensoriais e não apenas sensitivos, que não se referem à sensibilidade geral (dor, temperatura e tato). Os sensoriais são:
       I - Nervo Olfatório
       II - Nervo Óptico
       VIII - Nervo Vestibulococlear

Os mistos (motores e sensitivos) são em número de quatro:
                       V - Trigêmeo
       VII - Nervo Facial
       IX - Nervo Glossofaríngeo
       X - Nervo Vago

Cinco deles ainda possuem fibras vegetativas, constituindo a parte crânica periférica do sistema autônomo. São os seguintes:
       III - Nervo Oculomotor
       VII - Nervo Facial
       IX - Nervo Glossofaríngeo
       X - Nervo Vago
       XI - Nervo Acessório 

Componentes Funcionais dos Nervos Cranianos:

Fibras Aferentes
Fibras Eferentes


Origem


Origem
Somáticas
Gerais
Exteroceptores e proprioceptores (temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção)
Somáticas

Músculos Estriados Esqueléticos miotômicos

Especiais
Retina e no ouvido interno, relacionando-se com visão, audição e equilíbrio









Viscerais
Gerais
Visceroceptores e conduzem impulsos relacionados com a dor visceral
Viscerais
Gerais
Músculos Lisos, Músculo Cardíaco e Glândulas

Especiais
Receptores gustativos e olfatórios

Especiais
Músculos Estriados Esqueléticos Braquioméricos



Origem dos nervos no encéfalo e no crânio:

PAR CRANIANO
ORIGEM APARENTE NO ENCÉFALO
ORIGEM APARENTE NO CRÂNIO
I
Bulbo olfatório
Lâmina crivosa do osso etmóide
II
Quiasma óptico
Canal óptico
III
Sulco medial do pedúnculo cerebral
Fissura orbital superior
IV
Véu medular superior
Fissura orbital superior
V
Entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio
Fissura orbital superior (oftálmico), forame redondo (maxilar) e forame oval (mandibular)
VI
Sulco Bulbo-pontino
Fissura orbital superior
VII
Sulco Bulbo-pontino (lateralmente ao VI)
Forame estilomastóideo
VIII
Sulco Bulbo-pontino (lateralmente ao VII)
Penetra no osso temporal pelo meato acústico interno, mas não sai do crânio
IX
Sulco lateral posterior do Bulbo
Forame Jugular
X
Sulco lateral posterior caudalmente ao IX
Forame Jugular
XI
Sulco lateral posterior do Bulbo (raiz craniana) e medula (raiz espinhal)
Forame Jugular
XII
Sulco lateral posterior do Bulbo, adiante da oliva
Canal do Hipoglosso

Par I – Nervo Olfatório:
Exclusivamente sensitivo. Suas fibras conduzem impulsos olfatórios, sendo classificado como aferentes viscerais especiais.

Par II – Nervo Óptico:
Exclusivamente sensitivo.  Suas fibras conduzem impulsos visuais, classificando-se em aferentes somáticas especiais.

Par III, IV e VI– Nervo Oculomotor, Nervo Troclear e Nervo Abducente:
São nervos motores que se distribuem aos músculos extrínsecos do bulbo ocular, que são os seguintes: elevador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral, oblíquo superior, oblíquo inferior. Todos estes músculos são inervados pelo oculomotor, com exceção do reto lateral e do oblíquo superior, inervados respectivamente, pelos nervos abducente e troclear. As fibras que inervam os músculos extrínsecos do olho são classificadas como eferentes somáticas.

Par V – Nervo Trigêmeo:
É um nervo misto , sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. Possui uma raiz sensitiva e uma motora. A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos, situados no gânglio trigemial, que se localiza no cavo trigeminal, sobre a parte petrosa do osso temporal. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam, distalmente ao gânglio, os três ramos do nervo trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais. A raiz motora do trigêmeo é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular, distribuindo-se aos músculos mastigatórios.

Par VII – Nervo Facial:
É também um nervo misto, apresentando uma raiz motora e outra sensorial gustatória. O nervo facial dá inervação motora para todos os músculos cutâneos da cabeça e pescoço (músculo estilo-hióideo e ventre posterior do digástrico).

Par VIII – Nervo Vestíbulo-coclear:
É constituído por dois grupos de fibras perfeitamente individualizadas que formam, respectivamente, os nervos vestibular e coclear. É um nervo exclusivamente sensitivo. A parte vestibular é formada por fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, que conduzem impulsos nervosos relacionados ao equilíbrio. A parte coclear é constituída de fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio espiral e que conduzem impulsos nervosos relacionados com a audição. As fibras do nervo vestíbulo-coclear classificam-se como aferentes somáticas especiais.

Par IX – Glossofaríngeo:
É um nervo misto. O mais importante é o representado pelas fibras aferentes viscerais gerais, responsáveis pela sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, além do seio e corpo carotídeos.

Par X – Nervo Vago:
O nervo vago é misto e essencialmente visceral. Promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. Fibras aferentes viscerais gerais: conduzem impulsos aferentes originados na faringe, laringe, traquéia, esôfago, vísceras do tórax e abdome. Fibras eferentes viscerais gerais: são responsáveis pela inervação parassimpática das vísceras torácicas e abdominais. Fibras eferentes viscerais especiais: inervam os músculos da faringe e da laringe. As fibras eferentes do vago se originam em núcleos situados no bulbo, e as fibras sensitivas nos gânglios superior e inferior.

Par XI – Nervo Acessório:
Formado por uma raiz craniana e uma espinhal. O tronco divide-se em um ramo interno e um externo. O interno une-se ao vago e distribui-se com ele, e o externo inerva os músculos trapézio e esternocleidomastóideo. As fibras oriundas da raiz craniana que se unem ao vago são:
http://www.auladeanatomia.com/neurologia/bb.gif Fibras eferentes viscerais especiais, que inervam os músculos da laringe;
http://www.auladeanatomia.com/neurologia/bb.gif Fibras eferentes viscerais gerais, que inervam vísceras torácicas.

Par XII – Nervo Hipoglosso:
Nervo essencialmente motor. Está relacionado com a motricidade da língua. Suas fibras são consideradas eferentes somáticas.


Referências Bibliográficas:

1- Machado A, Neuroanatomia Funcional. 2ed, Ed. Atheneu, São Paulo, 2001.